
Para conhecer na íntegra a história do cinema, visite o link http://www.milenio.com.br/ogersepol/principal/historia/hist1.htm
Mostra Différance
Em junho exibimos a mostra Différance. Os dois filmes dsta mostra, O Fabuloso destino de Amélie Polain e Os sonhadores nos remetem às infinitas possibilidades de transformação individual e coletiva.
DIFFÉRANCE
Edurado David Oliveira. Prof. do CFP/UFRB
A différance é o signo de uma transformação silenciosa dentro de nós e da efusão que esse silêncio esparrama pelas ruas. Différance, para muito além da mera diferença, é a celebração da singularidade que vivemos.Filmes como os de Bertolucci e Jean-Pierre Jeunet são a expressão da differance, que perpassa a trama que souberam maravilhosamente colocar nas telas. Seja no inusitado triângulo amoroso dos Sonhadores, seja no Fabuloso Destino de Amélie Polain, ocorre uma revolução sem precedentes na história da humanidade. Revolução na ordem do cotidiano; cotidiano que re-inventa a rotina e a transforma numa instigante aventura que desemboca em meio às barricadas do maio de 68. Um amor a três (metáfora da abertura ao infinito de possibilidades) que explode nas barricadas construídas nas ruas de Paris.
Sonhadores é assim: marca, com o registro do genial Bertolucci, um jeito de fazer cinema que, em si mesmo, é a expressão de uma singularidade que articula o privado e o público, numa ebulição de sentimentos, ideais e compromissos - todos eles a serviço de uma estética da différance. Amélie, por sua vez, desenha um delicioso itinerário que sairá da asfixiante rotina de uma mulher ordinária, para a descoberta inusitada de um mundo incrustado nas franjas do dia-a-dia, na différance do outro, no re-encantamento do mundo, na re-construção de si, mas um si-mesmo como outro e não um eu-egóico, neurótico, mas um ego mutante, alegre (como firmou Jean-Pierre com sua câmara volitiva e dinâmica), docemente irônico, perversamente crítico, encantadoramente belo.Différance é assim, feixes e fluxos de singularidade criando Destinos impensáveis!
Diferença, em francês, escreve-se "différence".Jacques Derridá, importante filósofo francês contemporãneo, que a seu modo participou do maio de 68, criou o neologismo "différance", troncando simplesmente o e pelo a. No francês, a troca de um pelo outro não altera o fonema, ou seja, fala-se do mesmo modo différence e différance. No entanto, muda-se completamente o sentido)
FILMES EXIBIDOS:
Após deixar a vida no subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência.
Neste filme de Bernardo Bertolucci (diretor de O Último Imperador e Último Tango em Paris), o tumultuado cenário político que reinava em Paris no ano de 1968 serve apenas como pano de fundo para a história de três jovens cineastas que se vêem atraídos por sua paixão por filmes. Matthew (Michael Pitt), um estudante norte-americano fazendo intercâmbio e concluindo seus estudos na universidade de Paris, acaba ficando amigo de um casal de irmãos – Theo (Louis Garrel) e Isabelle (Eva Green) – que possuem aparentemente uma misteriosa relação e um comum o amor pelo cinema. Com toda a agitação política, movimentos e protestos que marcaram o mês de maio de 1968, os três jovens acabam desenvolvendo um tipo de relacionamento que Matthew jamais experimentara em sua vida. Enquanto Paris explode em protestos, na busca da quebra de padrões impostos, os três personagens vivem, revolucionariamente, a quebra dos padrões impostos à sexualidade.
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