CINE RAPADURA É APRESENTADO EM MONTEVIDEO/URUGUAY
Alessandra Gomes
A experiência do Cine Rapadura foi apresentada no X Congreso Iberoamericano de Extensión Universitária – Extenso, realizado na cidade de Montevideo nos dia 5 a 9 de outubro. Na ponência Práticas culturales em el objeto y metodo de la extension, foram discutidos aspectos relacionados ao papel da arte e da cultura na formação de estudantes universitários e da comunidade e apresentadas, além do Cine Rapadura, comunicações que relatavam práticas extensionistas por meio da dança (Universidade Federal de Santa Maria), da orquestra (Universidade Federal de Ouro Preto), das bibliotecas comunitárias (Universidade Federal de Ouro Preto) e das exposições artísticas (Universidade de Guanajuato - México).
Diante das complexas questões colocadas pela contemporaneidade, a Extensão Universitária tem se apresentado como importante campo de atuação e formação de todos aqueles que dela participam. Por outro lado, diante das diversas demandas sócio/histórico/culturais, as universidades são impelidas a conceberem outros ambientes de formação docente alternativos ao espaço tradicional da sala de aula e a fortalecerem espaços de interlocução e intervenção social. A Extensão Universitária tem atuado, então, como importante local de construção de saberes necessários à prática docente e de interlocução com a comunidade.
O Cine Rapadura tem atuado como importante espaço de formação extra-muros universitários, tendo como objetivo criar um espaço alternativo de educação e formação por meio da prática cineclubista.
Uma das perguntas que move o Cine Rapdura é: como nos tornamos educadores? Essa pequena e, aparentemente simples pergunta, guarda em si um caráter de extremo cunho filosófico. Ela pode ser comparada e colocada no mesmo patamar de importância do questionamento feito pelos gregos e sobretudo por Sócrates, na Grécia antiga.
Perguntava o filósofo a respeito da possibilidade do ensino das virtudes em sua época: pode a ética ser ensinada? Como ensiná-la? A resposta, não simplesmente dada pelo filósofo, mas constrúida por aqueles que por ele eram persuadidos, era: enisna-se a ética sendo ético, assim como se ensina a ser solidário sendo solidário, a generosidade sendo generoso, a cidadania na conduta cidadã. Ou seja, existem ações que não podem, de modo algum, devinscular-se de sua prática.
Do mesmo modo, não nos tornamos educadores fechados dentro de nossas salas de aula, mesmo que for nas salas das maiores e mais renomadas universidades, não nos tornamos educadores nas atividades proporcionadas por nossos professores universitários de idas a espaços não formais de educação como Centro Culturais, ONGs etc, por mais que essas atividades sejam, de fato, de grande relevância para a formação de futuros educadores. Mas, nos tornamos educadores realmente sendo educadores, atuando como educadores, educando, na relação de troca de aprendizagens, na dúvida coitidiana, no descobrir-se, decepcionar-se e encantar-se com essa função tao atinga e tao necessária em todas as sociedades.
A extensão universitária é, entao, o grande, e talvez único, campo de atuação universitária no qual nossos futuros professores podem realmente tornar-se educadores, formadores, semeadores de idéias e ideais.
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