Silvana Lima
Professora do Centro de Formação de Professores
No mês de abril a mostra Alma Nordestina conta com exibições voltadas para a temática Nordeste e suas múltiplas culturalidades, abordada em contraposição à uniformização do Nordeste e do nordestino importada pela mídia.
Vai de encontro ao discurso homogeneizador, próprio do sistema econômico dominante, o capitalista, que é cotidianamente alimentado e reafirmado na negação das diferenças. Por isso, o debate em torno da diversidade cultural nordestina não deve acontecer desvinculado do contexto que engendra a concentração de riquezas, as disparidades socioeconômicas, o processo migratório, o não acesso à escolarização, etc, considerando as diversas dimensões da sociedade, tais como a econômica, a política, a cultural e a ideológica no âmbito das diferenças de classe, como bem diz o poeta:
“Bem só pode estar o sol
que ninguém alcança
haja no mundo o que houver
o sol lá nem se balança
enquanto a fortuna dorme
a desgraça não descança”
(filme O homem que virou suco)
É nesta perspectiva que as exibições articulam cultura popular, poesia, música numa crítica ao modelo hegemônico fundado numa sociedade divida em classes e onde a classe dominante subjuga econômica e ideologicamente a classe dominada, ação própria do modelo civilizatório ocidental e urbanocêntrico.
“Tem gente que vem do Norte
só causa decepção
tu és mestre da safedesa
lesma da criação
conhece tua bravura
puxa saco do patrão”
(filme O homem que virou suco)
07/04 e 08/04
Narradores de Javé - Brasil, 2003. Direção: Eliane Caffé

14/04 e 15/04
Cinema, Aspirinas e Urubus - Brasil, 2005. Direção: Marcelo Gomes

22/04 e 28/04
O Homem que virou suco - Brasil, 1979. Direção: João Batista de Andrade

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