segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mostra:
Cinema na rede e bola na tela
jun/2010


“Um dia, antes do derradeiro apito, ela (a bola) há de morrer, com um gol, no fundo do meu coração” (Armando Nogueira).


De onde nasce a bola, alma do futebol? Mãos vindas do coração e que rompem a realidade dura criam a bola. Elas fazem o lúdico alargar as possibilidades da vida e se fazem fonte de onde a bola nasce. Nascida, ela energiza. Traz a ilusão da felicidade ao nível mesmo da vida concreta, dando-lhe uma razão de ser.

Por que os pés tocam a bola, alma do futebol? Pés estendidos do coração tocam a bola. Sísifos condenados a rolarem o peso das segundas-feiras, e das feiras longe das cestas, na forma de bola e chute. Necessitamos divisar ao menos o respiro do suor, esse que banha o corpo porque a alma precisa se sentir lavada – sobretudo no grito de gol – momento bendito entre todos que apaixonados podem saborear. Sim. Não é apenas no coração do jornalista entregue ao futebol que a bola pode viver. A pátria da bola é cada coração brasileiro, já tinto de sangue-verde e ouro-azul e meninice sem fim.

Na tabelinha entre a sístole e a diástole a bola não parasita o ser, mas o dinamiza em intensa troca de passes e por meio do lúdico feliz.

Talvez seja essa alegria toda que faz o amigo dizer que “De mulher a gente larga, desfaz o casamento e desavença a relação... só não faz isso com o time do coração. Ao time somos realmente fiéis”. E ele completa: “Até religião, ‘meirmão’, a gente deixa pra lá... Já viu um ex-flamenguista?”. “Não, nunca vi”, respondo, vencido. O futebol seqüestra e não liberta nunca... O que é o jogo de futebol? Não sendo guerra, o futebol é dança. Mas... quantos dançam no baile comandado pela bola bailarina? Todos quantos tenham mãos e pés; todos quantos tenham uma alma no mundo em forma de corpo, todos quantos tenham um coração no centro dessa alma, tal qual a um colo acolhedor de uma bola indiferente à indiferença... esses dançam na dança que o jogo de futebol realiza.

E se engana aquele que pensa que esse show da fubebolística bola ocorre no gramado. Não! Nunca! Jamais!

Tudo isso, esse lapso de paraíso na Terra, acontece mesmo é lá onde o Armando Nogueira anteviu a morte da bola, porque somente lá, no coração brasileiro, é que ela pode realmente viver.

Mas... como bola não morre, desconfio de tudo isso: é cada um de nós que precisa de uma bola dançante no coração para esticar a vida fina e evitar toda essa imensa pressa de morrer...

Wilson Correia. Professor do Centro de Formação de Professores/UFRB
 
____________________________________________________________________
 
01/06: Café e Cultura - 19:00hs
02/06: CFP/UFRB - 16:30hs

Os fiéis

São Paulo, 2003. Direção: Danilo Solferini
16 minutos

Três amigos corinthianos viajam ao Rio de Janeiro em 1976 para assistir ao jogo decisivo entre Corinthians e Fluminense. Durante a viagem, vivem lembranças, a euforia e a sensação de viverem um momento histórico.


 
 
Linha de passe
 


Brasil, 2008. Direção: Walter Sales, Daniela Thomas São Paulo.

 Dario sonha em se tornar jogador de futebol mas, aos 18 anos, vê a idéia cada vez mais distante. Reginaldo é um menino que procura seu pai obsessivamente.. Dinho dedica-se à religião. Dênis enfrenta dificuldades em se manter, sendo também pai involuntário de um menino. Os quatro são irmãos, tendo sido criados por Cleuza, sua mãe, que trabalha como empregada doméstica e está mais uma vez grávida, de pai desconhecido. Eles precisam lidar com as transformações religiosas pelas quais o Brasil passa, assim como a inserção no meio do futebol e a ausência de uma figura paterna.

_______

08/06: Café e Cultura - 19:00hs
09/06: CFP/UFRB - 16:30hs


Comprometendo a atuação


Mato Grosso, 2006. Direção: Bruno Bini

17 minutos

Wallace é um jogador de futebol com um dilema. Aos dezoito anos, tem a chance de ser convocado para um time de primeira divisão. Mas isso vai depender de muito preparo, muita concentração e nada de sexo antes do jogo.

 
 
Rude e Romântico (Rudo e Cursi)


México/EUA, 2008. Direção: Carlos Cuarón

Tato (Garcia Bernal) e Beto (Luna), são dois irmãos que trabalham com plantação de bananas no México rural. Eles tem um objetivo comum: poupar o suficiente para construir a casa do sonho de sua mãe. No entanto, um dia, ao participarem num jogo de futebol em seu povoado são descobertos por um caça-telentos do futebol profissional. Mudam-se para a capital do México e, de um dia para o outro, vêem-se no mundo da alta competição com toda a fama, riqueza e mulheres bonitas que isso implica. No entanto, alguns sonhos têm o seu lado negro e um dia precisam competir em equipes rivais.

Nenhum comentário: